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Press Clipping / Apr 04, 2020

Medicamento inibidor da Covid-19 em teste na Austrália é feito em Portugal

Renascença, 4 abril 2020

Cientistas australianos identificaram um medicamento que pode neutralizar o novo coronavírus em menos de 48 horas.

 

O Ivermectine é um desparasitante produzido pela farmacêutica portuguesa Hovione e está a mostrar eficácia contra o novo coronavírus em testes realizados na Austrália. É com cautela que Marco Gil, diretor comercial da marca, recebe a notícia de mais um estudo, desta vez australiano, que investiga um medicamento que pode ser eficaz no combate à Covid-19.

O medicamento em causa é um velho conhecido da farmacêutica portuguesa. Trata-se do Ivermectin, um desparasitante usado desde os anos 80 do século passado para combater diversas doenças como a cegueira dos rios e grande parte da produção mundial é feita pela Hovione.

Em declarações à Renascença, Marco Gil recorda essa bagagem toda que o Ivermectin tem e que, de resto já valeu o prémio Nobel a dois investigadores pela aplicação em África salvando milhares de pessoas.

O diretor comercial da Hovione lembra que, "neste momento, têm de ser feitos estudos de fase três - já em pacientes - e terá de descobrir-se a dose terapêutica, para se apurar se, de facto, essa dose está dentro dos limites de toxicidade com que pode ser usado este produto", mas reconhece que o facto de se conhecer a molécula há décadas "acelera o processo".

Este responsável aponta para daqui a "cerca de seis a nove meses" o resultado de uma eventual eficácia do Ivermectine no combate ao novo coronavírus.
 

A confirmar-se que é eficaz, a Hovione é capaz de produção em escala?

"Depende das quantidades e da população a tratar e evidentemente haverá depois limitações e um tempo de adaptação para conseguir aumentar de forma exponencial a produção caso venha a ser necessário."

Marco Gil garante que a empresa dará "obviamente" prioridade ao fármaco no caso de ser eficaz e que fará "tudo o que é humanamente possível para aumentar a capacidade de produção deste produto".

O Ivermectin não tem patente, é um genérico, por isso, a produção em escala também não deverá ser cara. O facto de existir há muitos anos no mercado "facilita o preço", e mais, "será um produto muito mais barato do que uma molécula nova neste momento em estudo", conclui.

Trata-se também de um medicamento seguro, sem efeitos secundários, mas, mais uma vez, Marco Gil trava expectativas exageradas, explicando que, se por um lado o Ivermectin "não tem efeitos secundários relevantes, sendo de administração segura, muito estudado há muitos anos, e, desse ponto vista traz a segurança de ser um produto com toxicidade baixa", por outro lado "dependerá muito da dose terapêutica que será necessário administrar aos doentes de a administrar estes doentes da Covid 19".

O estudo está disponível na página online da Universidade Monash, na Austrália, e conclui que o Ivermectine tem eficácia com um único tratamento e resultados visíveis em 48 horas. Mas estamos a falar ainda experiências até aqui em culturas de células em laboratório (in vitro) e não testes em humanos (in vivo).

Portugal regista este sábado 266 mortes associadas à covid-19, mais 20 do que na sexta-feira, e 10.524 infetados (mais 638), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 59 mil. Há ainda a registar mais de 229 pessoas de recuperaram.

Leia a entrevista na Renascença

 

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A farmacêutica portuguesa Hovione anunciou na quinta-feira que se tornou a primeira empresa em Macau a ser reconhecida como 'Top Employer', uma certificação atribuída pela excelência das práticas de gestão de pessoas. O diretor de recursos humanos da Hovione Macau, Douglas Lau, disse que esta distinção "é uma verdadeira conquista" e que "demonstra que as empresas em Macau podem oferecer o mesmo ambiente de trabalho de alta qualidade que em qualquer outro lugar do mundo". A certificação é "também mais uma demonstração de como a Hovione cria empregos que têm valor real tanto para os membros da nossa equipa como para a sociedade em geral", acrescentou, em comunicado. O responsável lembrou que a Hovione, que se estabeleceu em Macau em 1986, recebe hoje a medalha de Mérito Industrial e Comercial, atribuída pelo Governo local, nos 24 anos da Região Administrativa Especial chinesa. Em dezembro, o diretor-geral da empresa em Macau, Eddy Leong, disse à Lusa que a medalha concecida pelo Governo de Macau é "uma grande honra" e reflete a "longa e bem-sucedida" história da Hovione no território. Ao destacar a "equipa forte" dedicada "à investigação e à qualidade", com "diversos êxitos" obtidos, o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, referiu que a expansão do negócio da Hovione "no mercado asiático está já a aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau", contribuindo para o desenvolvimento da indústria de `big health` de Macau e a diversificação da economia, de acordo com uma nota oficial, divulgada em dezembro. A Zona de Cooperação Aprofundada, em Hengqin, é um projeto lançado por Pequim, em 2021, gerido conjuntamente pela província de Guangdong e Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes. Fundada em 1959, a Hovione sublinhou ter recebido a certificação `Top Employer` pelo segundo ano consecutivo, nas outras três fábricas e laboratórios que opera em Portugal, na Irlanda e nos Estados Unidos. A farmacêutica foi uma das 49 empresas em Portugal a obter esta certificação do Top Employers Institute, uma entidade internacional que distingue e certifica, a nível global, as condições que as empresas criam para os seus trabalhadores.   Leia o artigo completo em RTP

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