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Artigo de Imprensa / Dec 01, 2020

Hovione, um lugar de destaque no mercado mundial da química-farmacêutica

Portugal Global, 11 dezembro 2020

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As empresas familiares representam 70 por cento do universo empresarial português. O nosso país não é uma exceção no contexto global. Também em Inglaterra, França e Espanha são empresas desta natureza que, através da sua atividade, contribuem decisivamente para o emprego e para gerar dois terços do PIB.

Importa então perguntar: qual o ingrediente e característica que fazem com que uma empresa de estrutura familiar tenha sucesso e o consiga manter e desenvolver geração após geração, resistindo a diferentes choques tecnológicos, financeiros ou geopolíticos? A resposta a esta pergunta está no ADN da Hovione e no percurso que a empresa tem feito ao longo de seis décadas. Fundada em 1959 pelo químico Ivan Villax e pela sua mulher Diane Villax, numa cave da casa da família, na Lapa, em Lisboa, a Hovione abriu a sua primeira fábrica, dez anos depois, em Loures. Hoje, emprega mais de 1.900 pessoas, entre as quais mais de 300 investigadores, e tem fábricas em três continentes. Com uma sólida base acionista e uma gestão profissional, o caminho foi feito passo a passo, numa estratégia de crescimento que se manteve fiel à missão original da empresa: “In it for life”.

O reforço da capacidade produtiva, aliada à capacidade tecnológica e à qualidade do trabalho asseguram à Hovione um lugar de primeiro plano no mercado mundial da química-farmacêutica, num processo de internacionalização com vários momentos chave: a entrada pioneira na China em 1979; a aprovação da fábrica de Loures pela agência do medicamento dos EUA (FDA), em 1982, que reforçou a confiança internacional; a abertura das fábricas em Macau, em 1987, e em New Jersey, em 2002; e a compra de uma fábrica em Cork, na Irlanda, à Pfizer, em 2009, que aumentou a capacidade produtiva em 50 por cento.

Hoje, a Hovione é o único produtor mundial de Captisol®, um excipiente essencial para a produção do antiviral remdesivir, da Gilead Sciences, um dos medicamentos autorizados para o tratamento da SARS-Covid19. É pioneira e líder a nível global no desenvolvimento da tecnologia secagem por atomização de partículas, um processo que aumenta a solubilidade dos medicamentos, melhorando a sua estabilidade e eficácia.

A Hovione olha para o futuro com otimismo e com o mesmo espírito definido por Ivan Villax há 60 anos. Em 2028 pretende ser líder no fornecimento de soluções inovadoras e integradas para a indústria farmacêutica global, continuando a ser uma empresa familiar. Essa característica é uma fonte de estabilidade para os seus colaboradores e clientes, porque oferece garantias de previsibilidade, com uma gestão com maior foco no longo prazo.

Mas não é só o facto de ser uma empresa familiar que explica o seu sucesso. A reflexão constante sobre o que está a fazer e para onde quer ir a médio e longo prazo faz parte da agenda de todas as empresas que prosperam num mercado cada vez mais competitivo. Neste sentido, é crucial incentivar e desenvolver hábitos internos de pensamento crítico que são a base de uma cultura de inovação.

A prioridade da empresa é, portanto, conseguir atrair os melhores talentos e garantir uma organização baseada no mérito. Também aqui o tema da sucessão é chave. Os membros da família são bem-vindos na Hovione, mas têm de trazer valor acrescentado. Em 2002, adotou um protocolo interno que exige a qualquer membro da família uma licenciatura e o domínio de três línguas para poder candidatar-se a um lugar.

Não existe uma fórmula mágica para conseguir a longevidade de uma empresa familiar. No entanto, profissionalizar a gestão e garantir que todos os colaboradores estão alinhados com a cultura da empresa, que promove valores de rigor, como transparência, inovação, criatividade, partilha e trabalho em equipa, são ingredientes que aumentam a probabilidade de sucesso.

Leia o artigo completo no website da AICEP

 

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O Secretário de Estado do Ambiente deixou o alerta aos empresários na conferência “Going Sustainable: Oportunidades para Empresas Portuguesas nos EUA e na Europa”, promovida pela AmCham Portugal. "A sustentabilidade é, e continuará a ser, um fator de competitividade para as empresas”. A frase, de António Martins da Costa, é suportada por dados recentes do World Economic Forum (WEF) que apontam para a importância crescente que os gestores (47% dos inquiridos pela organização) atribuem à identificação e mitigação das mudanças climáticas, que encaram cada vez mais como um fator transformador para os seus negócios. Mas, o presidente da AmCham Portugal revelou ainda, durante a sessão de abertura da conferência “Going Sustainable: Oportunidades para Empresas Portuguesas nos EUA e na Europa”, que os temas ambientais e os riscos climáticos são atualmente referidos como o segundo maior risco global para as empresas, também de acordo com o WEF. Adicionalmente, salienta o responsável, na perspetiva dos 162 investidores inquiridos por um estudo da Universidade de Yale, e que representam um conjunto de ativos superior a seis mil milhões de euros, “sem informação atempada não será possível atingir as metas da sustentabilidade”. Neste contexto, António Martins da Costa, defende que “Portugal tem capacidade e potencial para ser um pilar da transformação, e transformar este potencial em realidade será um fator crítico de sucesso para o país”. Uma perspetiva partilhada por Emídio Sousa que acredita que Portugal conta, em matéria de sustentabilidade, com diversas vantagens competitivas face aos seus congéneres europeus. O Secretário de Estado do Ambiente, que participou na sessão de abertura deste encontro, destacou, por exemplo, a capacidade nacional na produção de energia a partir de fontes renováveis, bem como uma “maior sensibilidade dos mercados e das pessoas para as questões da sustentabilidade” como fatores diferenciadores que podem trazer vantagens ao país. O governante recorda que a Europa enfrenta desafios “muito significativos” e metas ambiciosas face a outros blocos económicos com menor regulação no tema da sustentabilidade. Por isso, alerta, “ou atalhamos caminho, ou os nossos recursos esgotam”.   Transição deve envolver cadeia de valor Entre os objetivos desta conferência, anunciou ainda António Martins da Costa, está a criação de uma plataforma de diálogo sobre o papel da sustentabilidade nas empresas, e destas no processo de transformação em curso. A partilha de problemas, mas também de experiências bem-sucedidas é, na opinião do presidente da AmCham, fundamental para uma transformação mais eficaz. A preparação das empresas para o futuro foi precisamente o mote para o primeiro painel de debate que juntou representantes de três organizações de setores e dimensões distintos. Moderado por Carlos Elavai, Managing Director e Partner na Boston Consulting Group, a conversa contou com a participação de Nuno Vieira, Head of Sustainability na BA Glass; Cristina Melo Antunes, responsável de sustentabilidade do Santander; e Ricardo Morgado, cofundador e CSO da The Loop Co. Começar a medir é, na opinião dos oradores, o primeiro passo para uma estratégia de sustentabilidade nas organizações. “Medir, medir bem, e medir toda a cadeia de valor”, reforça Nuno Vieira. Na BA Glass, exemplifica, “começámos a medir as emissões de CO2 internamente, e depois em toda a cadeia de valor do vidro”. Aliás, a empresa lançou uma plataforma, que inclui organizações que fazem parte desta cadeia de valor, e que promove a circularidade do vidro, cujas metas passam por evitar o recurso à natureza para obter matéria-prima e tentar contribuir para elevar a taxa de reciclagem que, afirma, “está estagnada”. Em 2025 espera-se que esta taxa chegue aos 56% quando o objetivo inicial era de 70% para a mesma data. “Há ventos de mudança, mas desafios contínuos”, reforça. Do lado da banca que, nas palavras de Cristina Melo Antunes, “tem responsabilidades no financiamento da transição energética”, a inclusão dos riscos climáticos e de outros critérios ESG (sigla em inglês para Ambiente, Social e Governação) nas análises de risco de financiamento e crédito “deverá ser obrigatória”. No entanto, assume, “é também um grande desafio para as instituições financeiras”. Já Ricardo Morgado, na The Loop Co., cujo modelo de negócio assenta na circularidade – primeiro na venda de livros usados, depois de materiais usados para bebés e, mais recentemente, no segmento B2B no apoio a empresas que pretendam instalar modelos de economia circular internamente -, acredita que há vontade nas empresas para fazer crescer estes modelos de negócio. “Os consumidores estão disponíveis para modelos circulares, painéis solares, e em saber como os produtos são feitos, e não podem ser esquecidos porque são a principal força política nesta matéria”, alerta. Opinião partilhada por Cristina Melo Antunes que acrescenta ainda que “do lado das empresas, saber cooperar é muito importante para garantir uma maior transferência de conhecimento”.   Um desafio de responsabilidade Garantir que a sustentabilidade possa ser um motor para o crescimento económico é um desafio, mas também uma responsabilidade para as empresas. E, para que esta meta seja uma realidade, o primeiro desafio passa por “ter toda a cadeia de valor alinhada”, como defende Cristina Mira Godinho, diretora de qualidade e de sustentabilidade da EFACEC, que participou no segundo debate do dia. Mas, acrescenta Franco Caruso, “a maturidade do ecossistema empresarial ainda é uma barreira”. O diretor de sustentabilidade e comunicação do Grupo Brisa defende que “a palavra-chave é maturidade nos vários níveis e áreas das empresas”, o que ainda não existe em todas as organizações, nem tão pouco nos países da Europa que se movimentam a diferentes velocidades. Deste processo de transformação, acredita, sairão empresas mais eficientes e competitivas e, por isso, mais capazes de contribuir para o crescimento da economia. “Estamos todos no mesmo barco, e não vamos sozinhos”, reforçou Inês Mota. A diretora de sustentabilidade e responsabilidade social do Grupo Mota-Engil assegura que o Green Deal, por exemplo, é positivo para uma homogeneização das empresas, “mas peca porque não vai resolver todos os problemas do mundo”. Moderada por Inês dos Santos Costa, partner da Deloitte, a conversa contou ainda com a presença de Sofia Lufinha, administradora da TAP, que alertou para a importância de investir na transição, mas com a segurança de que esta aposta terá retorno. “Não pode ser só a Europa a mudar”, afirma. Já em jeito de recomendação, Cristina Mira Godinho não esquece a importância de não deixar as PME para trás neste processo. “Muitas destas empresas têm dificuldade em perceber se as suas ideias estão de acordo com a regulamentação e, por isso, é fundamental desenvolver plataformas de apoio gratuitas que possam ajudar a ultrapassar estas barreiras”.   Aposta na inovação é essencial para internacionalizar Luís Amado, da Capgemini, Paula Guimarães, Diretora de Sustentabilidade da The Navigator Company, e Jon Peers, Global Director of Sustainability da Hovione.   A fechar o encontro de empresários, Jon Peers, Global Director of Sustainability da Hovione, e Paula Guimarães, diretora de sustentabilidade da The Navigator Company, partilharam a sua experiência de internacionalização no mercado norte-americano, numa conversa moderada por Luís Amado, da Capgemini. Inovação e certificação são, na opinião dos dois oradores, fatores diferenciadores e de peso para entrar neste mercado. Ambas as organizações contam com grandes departamentos de investigação e desenvolvimento (I&D) que apoiam a inovação e que garantem o registo de patentes, muito valorizadas do outro lado do Atlântico. Aliás, Paula Guimarães revela que o centro de I&D para consultoria florestal da The Navigator Company faz parte do Top 10 das organizações nacionais com maior número de patentes internacionais. “Temos 95 investigadores e 45 patentes registadas”, salienta. Do lado da Hovione, que abriu a primeira fábrica em território norte-americano em 2022 e que, com esta aposta, viu o seu crescimento triplicar desde 2016, são 240 os cientistas que trabalham em Portugal, “com um grande historial de patentes e de parcerias com empresas tecnológicas”. O objetivo, diz Jon Peers, “é manter elevados níveis de inovação e estar à frente da concorrência”. Por outro lado, a certificação, apesar de ser um processo muito orientado para o mercado, “ajuda a ir mais longe, a preparar o negócio para ser mais eficiente e resiliente, e é atrativo para atrair as gerações mais jovens”, afirma a responsável da Navigator, que tem presença nos Estados Unidos há mais de duas décadas. “A certificação dá credibilidade e valor ao negócio, e evita ações de green washing”, reforça Jon Peers. Já em jeito de conclusão, Leslie Rubio, presidente da comissão de sustentabilidade da AmCham, destacou a sustentabilidade como “uma prioridade e uma obrigação”, e como ferramenta de resiliência para empresas e sociedade. O desafio, por agora, será gerir a complexa regulação ao mesmo tempo que se processa a transição e se cumprem as metas do Green Deal. “Portugal tem liderado na inovação sustentável, e as empresas portuguesas podem encabeçar esta transformação”, conclui.   Leia o artigo completo em ECO.sapo.pt  

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