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Artigo de Imprensa / Apr 01, 2020

Portuguesa Hovione admite entrar na corrida à produção da vacina contra o vírus

Jornal Económico, 1 abril 2020

Um documento interno da farmacêutica nacional, a que o Jornal Económico teve acesso, considera que “é possível que venha a participar no desenvolvimento de medicamentos específicos para esta pandemia”.

A farmacêutica portuguesa Hovione admite estar na corrida à produção e comercialização de uma vacina contra o coronavírus, integrada num consórcio internacional.
“O propósito da Hovione é o de trabalhar em benefício da saúde de todos, pelo que é possível que venha a participar no desenvolvimento de medicamentos específicos para esta pandemia. Por razões de confidencialidade, não poderemos, por ora, avançar com qualquer confirmação”, adianta um documnto interno da farmacêutica nacional, a que o Jornal Económico teve acesso.

“Em 1997, produzimos em grande escala do nosso primeiro antiviral Viracept, indicado para o tratamento do VIH/SIDA, e trabalhámos com três das quatro empresas que descobriram curas para a Hepatite C, uma doença de origem viral. Desde 2016, a Hovione contribuiu para o desenvolvimento do processo e da produção de 15 novos medicamentos de diferentes áreas clínicas, aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA), reguladores do setor nos EUA e Europa, o que nos dá uma grande satisfação”, disse Guy Villax, Administrador Delegado.

Sem querer referir especificamente, quer estas declarações de Guy Villax, quer o próprio comunicado da farmcêutica dão a entender que a Hovione está na corrida ao fabrico de uma nova vacina contra o coronavírus, prevendo-se que esteja integrada num consórcio internacional para o efeito.

“A Hovione trabalha desde sempre na investigação e desenvolvimento de medicamentos inovadores, tendo na sua história colaborado com as maiores empresas farmacêuticas do mundo e participado no desenvolvimento e produção de medicamentos que já curaram três milhões de doentes” destaca um comunicado da Hovione, destacando papel pioneiro da farmacêutica nacional e relembrando que a empresa “detém mais de 400 patentes registadas a nível mundial, preenchendo várias áreas clínicas”.

“Em Portugal a empresa é o maior empregador privado de doutorados”, conclui o referido documento.

Fundada em 1959, a multinacional Hovione tem hoje laboratórios e fábricas em Portugal, na Irlanda, em Macau e nos Estados Unidos da América.

A Hovione investiga e desenvolve novos processos químicos e produz princípios ativos para a indústria farmacêutica mundial.

Com sede em Loures, a empresa emprega 1.800 pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 1.100 em Portugal.

A Hovione tem presentemente oito programas de doutoramento e oito de mestrado a decorrer na empresa.

A sua atividade de investigação e desenvolvimento em Portugal emprega 220 técnicos e cientistas.

Leia o artigo no Jornal Económico

 

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Adicionalmente, salienta o responsável, na perspetiva dos 162 investidores inquiridos por um estudo da Universidade de Yale, e que representam um conjunto de ativos superior a seis mil milhões de euros, “sem informação atempada não será possível atingir as metas da sustentabilidade”. Neste contexto, António Martins da Costa, defende que “Portugal tem capacidade e potencial para ser um pilar da transformação, e transformar este potencial em realidade será um fator crítico de sucesso para o país”. Uma perspetiva partilhada por Emídio Sousa que acredita que Portugal conta, em matéria de sustentabilidade, com diversas vantagens competitivas face aos seus congéneres europeus. 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